sábado, 5 de dezembro de 2009
Ainda lembro daquela tarde de outubro
Daquela ânsia
Imensa
De
con
Sumir
O que estava ao meu redor
Ele estava lá
Sugava-me
Com aquele olhar de homem-bicho
(homenino)
Que se confundia no emaranhado do desejo
Fitava-me como se pudesse tomar toda minha força
Minha coragem de (menina)
Sereia
Ou (pequena)
Esfinge
Parecia ter em seus olhos uma verdade escondida
De magoas
Dor
E aos poucos ia se revelando
Vimos aquele céu de primavera
Tomado pelo cinza
(ar pesado)
E ali
Eu sentia medo
Muito medo
Medo de absorver tudo aquilo
Medo de ter que enfrentar o mundo se decidisse tomar aquilo
Mesmo assim continuei ali
Calada
Imóvel
Apenas observando e ouvindo
Todo nosso silêncio que começava a gritar
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