sábado, 28 de novembro de 2009

espetáculo

(lagarta)

Ela pensou que fosse
Mas não viu o que ainda não era
O que estava
Ainda
Não
[satis
Fazia
Seus desejos

Resolveu então inventar
Imaginou uma cortina
Um palco
E ali
Jogou seus medos
Anseios
Mais profundos segredos
Separou coisas boas das ruins

No principio
Idealizou o que (ha)via de belo
(semi-perfeito)
E decidiu melhorar
Moldou
Organizou
Lapidou
Toda sua “obra-primeira”
E por fim
Moldurou
E ali
Naquele palco
Abriu as cortinas
Lançando sua moldura ao centro

Depois
Resolveu conter o que abalava o (dês)equilíbrio de sua “moldura-filha”
Supôs uma caverna
Bem ao fundo do palco
Onde jogou os seres que incomodavam
E
Mesmo assim
Ela ainda não estava satisfeita
Precisava de algo a mais
Algo que pudesse suprir seus sonhos
(não sei como, mas ela sonhava)
Quebrar seus limites
Logo
Criou um BICHO-HOMEM
Um tanto dragão
Um tanto lagarto
Que carregava um peso de (falta)vida inacabada
Mas trazia em seus olhos pingos de luz que refletia na pequena moldura como imensos raios de sol
A essa mistura de seres
(não era mau, mas também não era tão bom)
Deu o nome de AMOR
E ao lado da moldura ficou

Não satisfeita
Cobrava algo a mais
Foi quando criou uma barreira
Uma parede entre moldura e amor
Que interrompia os pingos de luz
Transformados em raios de sol
E a falta do que não era bom, mas também não era mau, machucou a moldura

(casulo)
Ela estava vendo o fim do que tinha imaginado
Não via luz
E a caverna foi aproximando-se
Os seres (demônios) saíram e engoliam os sonhos da moldura, agora encarcerada, e sugavam os prazeres do amor, agora debilitado
Revelavam os segredos
Limitavam os desejos
Cobriam
Com um tapete de amargura
De frieza
Todos os sonhos daquele palco
E
A “criadora”
Imaginou
Num sufocante arrepio
Que foi
Martirizando
Massacrando
Agonizando
O movimento
Vagaroso e limitado
Daquelas cortinas
Que como um imã
Atraiam-se
Pondo fim a toda aquela vertigem
(criatura)
Até que a morte
Ultima criação
Pôs fim ao espetáculo
Fechou as cortinas

(linda borboleta)


E Ela
Rompeu seu casulo
Libertou-se
E
Voou.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Poeta Carlos Moreira lança sua Tetralogia do Nada


O poeta Carlos Moreira lança sua Tetralogia do Nada dia 28 de novembro, em Porto Velho, Rondônia.



Onde: Casa de Cultura Ivan Marrocos

Quando: 28 de novembro, às 19 horas



A poesia de Carlos Moreira sempre dialogou com o silêncio: se as palavras servem para esconder, o essencial está no não-dito, no interdito: poesia enquanto síntese, linguagem carregada de sentido em seu quase-nada: aquilo que se pensa não é aquilo que se escreve que não é aquilo que o leitor-autor entende: comunicação enquanto re-in-versão, invenção. Tetralogia do Nada reúne livros que, dentro da obra do poeta, tocam a questão do silêncio: Evangelho Segundo Ninguém, Trilogia do Vazio, Não e Nada. Carlos Moreira nasceu em 1974 e alguns acreditam que ainda esteja vivo.



desculpe

farpas

e espinhos



é que nasci

sem pele



e vou me

cobrindo

com o que



pelo caminho

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

no fio de um sonho
que se desfaz
gauche
como nosso fim
o único defeito era amar
e amar é assim
não pode assumir
quando quer
mas vai
margeando o fato
lapidando o tato
tecendo a teia
juntando caco
do nosso final
amor pra morrer no primeiro ato
numa sombra sóbria
ou num silêncio assim

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

As guerras que invadem a escuridão

Profanas, sórdidas

Fazem gozar a pequena esfinge

Que observa silenciosamente

O soldado forra

do

[de

Seu sentido

O soldado for(r)a

do

Seu sentido

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Serei
Serpente
Sonhando
Na sombra da brisa e do sol
Serei só
Sua
ve
Sua
Serei
a
Quando me deixares ser

domingo, 15 de novembro de 2009

I Semana Acadêmica de Filosofia de Rondônia

O Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Rondônia em parceria com o Departamento de Filosofia da Faculdade Católica de Rondônia promovem de 16 à 21 de Novembro a I Semana Acadêmica de Filosofia de Rondônia em comemoração ao Dia Internacional da Filosofia (15/11).

A programação da I Semana Acadêmica de Filosofia de Rondônia é:

16/11: Palestra: O personalismo como um sistema filosófico, com Prof Dr José Dettoni (19h às 20h30);

17/11: Palestra: “Epistemologia Genética”, com Prof Ms Vicente Eduardo Ribeiro Marçal (19h às 20h30);

18/11: Palestra: “A Filosofia da Educação em Foucault”, Prof Ms Fernando Danner (19h às 20h30);

19/11: Palestra: “Análise do Discurso”, com a Profª Ms Helena Zoraide Pelacani (19h às 20h30);

20/11: Palestra: “O Discurso Bioético Acerca da Loucura”, com Prof Ms Josenir Lopes Dettoni (19h às 20h30);

21/11: “Chá Filosófico” (13h30 às 15h30):
– Mediadores: Prof Raimundo Martins e Prof Dr Fabio Hecktheuer;
– Pe Ms Valdecir Luiz Cordeiro: Filosofia Cristã nas Cartas de São Paulo;
– José Carlos Vitachi: Considerações sobre Fides et Ratio (João Paulo II);
– Prof Raimundo José: Comentário sobre o Pensamento de Agostinho;
– Prof Ms Francisco Estácio: Tomás de Aquino e a Escolástica.

Observação: Todas as noites, após as palestras (21h), haverá defesa de Artigo Científico até as 22h30, de alunos da Faculdade Católica de Rondônia dos cursos de Pós-Graduação e da Graduação em Filosofia.

LOCAL: Auditório da Faculdade Católica de Rondônia (Centro de Pastoral), Rua Carlos Gomes, 932.

MAIS INFORMAÇÕES:
Faculdade Católica de Rondônia: (69) 3211-4505 / fcrcatolica@gmail.com
UNIR – DFIL: dfil@unir.br (Prof Vicente Marçal).
– Com Certificação de 30 horas/aulas: 10,00 reais (dez reais).
– Sem certificação: gratuito.
– Inscrições na Faculdade Católica de Rondônia; também poderão ser realizadas no local das 18h às 19h.

sábado, 14 de novembro de 2009

Falaram-me do amor

(todos os tipos de amor)

Falaram-me da confiança

Da sabedoria

Da cumplicidade

Declararam ser a verdade

O que todos (cegamente ) acreditavam

Ousaram me manipular

Impuseram-me a fidelidade

A momentânea felicidade

A doce utopia de viver

Gritaram

Berraram

Vociferaram

E apenas a solidão

Calmamente

Na sua vagarosa melodia

Pode dizer

O meu Silêncio